Terapia para Transtorno Borderline Funciona? Bom, isso pode ser um desafio também para o terapeuta, pois, a construção do vínculo é uma via de mão dupla e não depende somente do profissional de saúde.
Olá pessoal,
Eu, Dr. Anibal Okamoto Jr e a psicóloga, Glacy Calassa, iniciamos uma série de artigos sobre o Transtorno de Personalidade Borderline, que está sendo publicado semanalmente.
Esse é o terceiro post. No post anterior falamos sobre algumas características do transtorno, se você não viu clique aqui (clique aqui para saber o que é TPB).
Ficamos de aprofundar sobre a relação terapêutica e resolvemos deixar um post para abordar se de fato, a Terapia para Transtorno Borderline Funciona.
Antes de qualquer coisa, saiba o que é uma terapia em si.
A princípio, surgida há anos, a terapia continua sendo a referência para todos os serviços de atendimento psicológico.
Entretanto, está consagrado à categoria de ato reservado, o que significa que somente profissionais devidamente treinados podem praticá-lo.
Em suma, podemos definir a terapia como um tratamento psicológico para um transtorno mental, para distúrbios de comportamento ou para qualquer outro problema que cause sofrimento ou angústia psicológica numa pessoa.
Acima de tudo, a terapia, juntamente com o tratamento medicamentoso, visa promover no paciente mudanças significativas em seu funcionamento cognitivo, emocional ou comportamental, em seu sistema interpessoal, em sua personalidade ou em seu estado de saúde, em particular, nos casos de Transtornos da Personalidade de Borderline.
A terapia para Transtorno Borderline funciona para indivíduos que possuem sérios problemas nas relações interpessoais, que acredita que será prejudicado ou abandonado a qualquer momento, que tem reações intensas e desproporcionais em diversas situações e que se boicota em vários momentos.
Dessa forma, o psicólogo e psiquiatra precisam tentar estabelecer um vínculo seguro, estável e de confiança com o paciente.
Contudo, isso pode ser um desafio também para o terapeuta, pois, a construção do vínculo é uma via de mão dupla, não depende somente do profissional de saúde.
Sabendo-se das dificuldades que serão encontradas nessa relação, deve-se utilizar técnicas para facilitar o processo.
Frequentemente, pacientes borderlines tendem a reproduzir na terapia, padrões de comportamento e interação disfuncionais que têm na vida pessoal.
Sendo assim, podem acreditar que o terapeuta o prejudicará abandonando-o ou rejeitando-o e tendo fortes reações emocionais a isso.
O profissional gastará mais tempo na construção desse vínculo demonstrando empatia e acolhimento.
Certamente que sim, contudo, exemplificando, pode acontecer de o paciente agir de forma agressiva com o terapeuta ocorrendo qualquer sinal que interprete como abandono, como, quando o profissional desmarcar uma consulta, não atender a ligação no momento exato que o indivíduo ligar.
Pode acontecer ainda de o paciente tentar seduzir o terapeuta ou invadir sua privacidade.
Em muitos casos o profissional precisa lembrar que, o que está ocorrendo não é exatamente porque o paciente resolveu prejudicá-lo, mas sim porque está repetindo o padrão de interação.
Sob o mesmo ponto de vista, é importante conversar com o paciente de forma empática e ir estabelecendo limites na relação.
Dessa forma, o terapeuta deve ter sensibilidade e compreender porque esses comportamentos estão ocorrendo. É necessário ajudar o paciente a modelar seu comportamento, afinal, fazendo isso na terapia, já é um grande passo para que a pessoa consiga reproduzir isso em sua vida pessoal.
Antes de encerrar enfatizamos que a terapia para Transtorno Borderline funciona, mas tudo que descrevemos aqui tem apenas o intuito de informar.
Se você acredita que tem algum dos traços apresentados, é importante procurar um profissional habilitado e capacitado para essa finalidade.
No entanto, se você é um terapeuta iniciante e está tendo dificuldades para conduzir um processo terapêutico com pacientes que tenham esse perfil psicológico, é importante buscar capacitação e supervisão clínica.
Quer saber mais sobre isso? Entre em contato com profissionais capacitados para isso clicando aqui e ajude quem precisa, principalmente se esta pessoa for você.
Até o próximo post pessoal, se vocês gostaram curtam e compartilhem este post para ajudar outras pessoas!
Aníbal Okamoto
Médico — CRM-DF 17813
Glacy Calassa
Psicóloga — CRP 01/16290