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Análise Psicológica - Closer Perto Demais

Análise Psicológica - Closer Perto Demais

Escrito por Doutor Anibal em 15 de maio de 2020

Análise psicológica do filme CLOSER, PERTO DEMAIS, de Mike Nichols, escrita pela querida psicóloga, Eliane de Almeida. Psicoterapeuta há mais de 43 anos e criadora da Fórmula Psíquica©. Você pode conhecer mais sobre o trabalho dela no Instagram:  https://www.instagram.com/psicologaelianedealmeida/

ANÁLISE PSICOLÓGICA – CLOSER, PERTO DEMAIS

Quando vencemos nossos medos de contato interior e vínculo, e de forma mais ousada lançamos um olhar, perto demais, dirigido ao nosso mundo subjetivo, o que se avizinha pode chocar o observador mais incauto. Nesta trama, saltam aos olhos os mecanismos de fuga, ao contato consigo mesmo e com o outro de cada personagem. Conseqüentemente os danos aos vínculos consigo mesmo e aos interpessoais são os mais dramáticos. Os quatro personagens dois homens e duas mulheres,  sofrem da pior solidão possível, a ausência de si mesmo em suas próprias vidas. No lugar do SELF (EU INTERIOR), cada um incorpora uma máscara, ou PERSONA, com a qual passa a jogar o jogo da vida. Neste jogo, cada PERSONA, assume seus papeis dentro do TRIÂNGULO DRAMÁTICO. Revelando para cada personagem expressões de fuga máxima ao contato consigo mesmo e com o outro. Então, desenrola-se uma expressão emocional  intensa e dolorosa para cada um deles, recheada de mentiras, disfarces, jogos, traições, sedução e manipulações ardilosas.

Ao interpretarem papeis dentro de suas próprias vidas, os personagens  recriam situações dramáticas de dor e solidão. Assim perpetuam seus papeis de  VÍTIMAS de si mesmos e dos outros. O fato de recriarem situações conhecidas de dor e solidão os remetem à uma tentativa atual de solução dos problemas recorrentes. Porém, o que ocorre no decorrer da trama, é que cada um mergulha fundo em cada papel, indo às últimas conseqüências em cada um deles.  Terminam sendo tragados pelas PERSONAS que se fortalecem, matando em golpes fatais o EU INTERIOR de cada um. A solidão a dois e solidão pessoal dos personagens, tendo como vitoriosas suas PERSONAS, é escancarada num final dramático  e sem saída para todos.

Larry, um homem que perdeu o encanto pela vida, arrasta-se nela de forma desprezível, destilando sua raiva em disfarces de crítica cáustica, ironia, sarcasmo e competitividade.  Seu papel de PERSEGUIDOR torna-o cruel e manipulador. Manipula pelo medo para encobrir sua fragilidade e insegurança. Joga com sua vida e a de todos com frieza, tendo como única meta ganhar e  sobrepujar-se. Define-se como: “Sou um observador clínico do circo da vida.” Diagnostica a todos e os manipula em suas fragilidades e inseguranças. Usa de mentiras, traições e ciladas para vencer a qualquer custo. E vence. Vence no jogo da vida preso nas teias de seu inconsciente e perde a si mesmo.

Daniel, um escritor sem sucesso, pretenso romântico. Manipula em seu papel de SALVADOR, com sedução, egoísmo e imaturidade emocional. Instável em seus sentimentos, atua com infidelidade escondendo até de si mesmo seus reais sentimentos. Pega “emprestado" a vida e os sentimentos alheios, diante de sua incapacidade para lidar com os seus. Torna-se vítima de si mesmo e de todos os outros personagens. Colhe ao final, aquilo que pretende implicitamente, ser abandonado e continuar irremediavelmente só.

Alice, uma jovem dramática, que tem no sexo e na sedução sua arma defensiva e pretenso controle contra o abandono e rejeição. Não aceita a fragilidade de suas defesas, e para isso adota a fuga; “desaparece” quando se vê sem saída. Escolhe aleatoriamente o personagem que irá substituir seu EU INTERIOR, num jogo sucessivo e sem saída. Em seu papel de VÍTIMA, veste uma couraça de firme e direta, quando de fato sua expressão e olhar denotam dor e angústia. Aparência infantilizada, frágil e dramaticamente intensa. Ao final perpetua seu jogo de solidão, voltando para seu país, recomeçando um novo jogo.

Anna, uma fotógrafa de sucesso, com uma vida adulta em andamento. Traz em sua bagagem vivencial  um casamento acabado.  Foi trocada por uma mulher mais jovem. Expressão ausente e dissimulada, com traços de tristeza intensa, depressão. Atua com sedução, pretensamente adulta, porém vence uma VÍTIMA contumaz. Não consegue vincular-se com suas emoções de forma adulta. Encontra na divisão afetiva e na infidelidade, um motivo para sofrer e punir-se. Busca seu PERSEGUIDOR, e seu SALVADOR, para não sair de sua condição de VÍTIMA. Acaba nas garras do PERSEGUIDOR implacável, acomodando-se e perpetuando sua condição de eterna VÍTIMA, sofrendo e não se responsabilizando por si mesmo.

Os quatro personagens, migram para seus papeis secundários em vários momentos. Porém, acabam nos papeis de sua preferência. Todos perdem neste jogo dramático, pois nenhum logrou entrar em conexão com seu SELF (EU INTERIOR). Este salto qualitativo na vida de cada um, foi impossível, pois não conseguiram abandonar o conhecido. Agarraram-se dramaticamente nos seus condicionamentos e vícios internos. Com isto, a libertação interior passou bem ao largo para cada um dos personagens.

PSICÓLOGA ELIANE DE ALMEIDA

CRP – 0832-01

Email – elianealmeida@brturbo.com.br

CRM-DF 17.813
Acredita na importância da escuta acolhedora, do vínculo e da confiança como fios condutores do processo terapêutico.

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